quarta-feira, 26 de novembro de 2008

efeitos secundários de não conseguir uma troca


não digas que tou stressado.

eu só preciso de uma troca!


domingo, 23 de novembro de 2008

Para trás e para Agora


As vezes dá-me para isto, para esta coisa das analogias, do tempo, da vida. Simplesmente dá-me para. e agora deu-me para entrar na memória e andar para trás e depois para o agora. E concluo, sem saber muito bem porque, que é diferente. Para trás vejo dias no trabalho mais ligeiros, mais tranquilos, com mais sorrisos. Vejo vontade e vejo sol. Vejo-nos em cafés após a manha, vejo-nos em lanches ou jantares, vejo-nos bem-dispostos, vejo-nos sem ser a correr, a fugirmos não sei de quê. No agora, vejo-nos dificilmente. Vejo o desejo de correr directamente para casa ao sair do trabalho. Vejo-nos cansados. Vejo-nos menos vezes.

às vezes dá-me para isto. Para estas coisas da constatação. às vezes.

The land of the crikes

terça-feira, 21 de outubro de 2008

Do que eu não gosto mesmo


Do que eu não gosto mesmo é de dias como o de hoje, um dia de trabalho do mais caótico. Não gosto. Se me permitem queixar:
1. Não gosto da falta de método na visita (vemos esta srª, pausa, pausa, outra srª, pausa, ainda a outra senhora, pausa...)
2. Não gosto da receber senhoras quando não tenho a unidade para lhes disponibilizar (Ora esta é a sua cama, mas a doente não está incluída, depois vai ter aqui este armário e tem esta mesa de cabeceira, por sinal cheia de tralha, mas é só por uns momentos...).
3. Não gosto que as coisas aconteçam todas ao mesmo tempo, não sei, fico baralhada (ora hoje, acode-se a uma lipotímia, enquanto de frente alguém vomita para a taça e no mesmo instante a utente ao lado se diz também nauseada.
4. Não gosto de me apresentar e logo de seguida acrescentar: "temos de tirar sangue, neste momento". Acho que corta o ambiente. Mas isto sou eu.
5. Não gosto de ver tudo em reboliço e ter de me virar em 2, acudindo a bacios e arrastadeiras e recipientes semelhantes.
6. Não gosto de ter esta sensação de ausencia de continuidade e de me parecer tão pouco o que fiz, nos poucos minutos que me cabem na passagem de turno.
7. Não gosto de arrastar mesas e cadeiras e camas e suportes sempre que acomodo uma senhora em pós-operatório. Acima de tudo, não gosto de o fazer 4 ou 5 vezes por dia, como que por desporto. Urge-me sempre bater com alguma parte do corpo em alguma parte do que é arrastado. E dói.
8. Não gosto do barulho e de ver toda a gente a correr, a querer, a pedir, a perguntar. Faz-me taquicardia. E não é bom.
9. Não gosto de almoçar em 7m. è a minha média (sem o café). È quase desumano o espaço onde me permitem almoçar (não usando o refeitório). Não gosto e está tudo a cair e não há espaço para por nada e toda a gente se levanta quando alguém quer a maça que se esqueceu no frigorífico.
10. Não gosto de ter estas coisas a passear na minha cabeça, quando já sai do serviço. Não gosto.
The land of the crikes

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

O Post-it


A palavra "post-it", no dicionário médico, deriva do latim "postus" - aquele que sempre põe, e da palavra "itus" que significa depois de lhe dizerem o sítio. Ou seja, e dentro da generalidade das realidades que por esse mundo se avistam, um post it pode também ser definido como um enfermeiro. Os médicos precisam de muitos post-it, pois nunca sabem o sítio de nada. Começamos pelo próprio doente (lá vem o enfermeiro post-it indicar onde está o doente), seguindo-se do processo, da medicação, do horário da medicação, por vezes do nome da medicação, das requisições para isto e aquilo, das análises que são para pedir e das mil e uma coisas que o post-it se lembra, para bem do nosso querido utente (haja alguem que se lembre). Mas, urge-me questionar o seguinte: e quando o papel acabar???É que ás vezes não há quem aguente.
Assim se escreve, em bom português.
the land of the crikes

quinta-feira, 10 de julho de 2008

correctamente...

Quando as coisas são uma questão de semântica, tenho sempre alguma perpexidade ao constatar da tempestade que urge numa simples e transparente gota de água...deviamos ter um acordo ortográfico aplicado ás ciências.
the land of the crikes.

sexta-feira, 4 de julho de 2008

PS

Como é difícil explicar este "não sei quê" de saturação de fêmeas patológicas, pressões desmedidas de líder, desespero pelas férias que ainda não se avistam e ainda assim, sorrir...sim senhor...muito bons dias...está tudo bem obrigado...
the land of the crikes

terça-feira, 20 de maio de 2008

Tele...Enfermagem


Meus caros, sinto que talvez que já não seja capaz de acompanhar a evolução de algumas mentes brilhantes. Chegou o momento de assumir este facto. Vem isto a propósito de uma sugestão que ouvi hoje enquanto labutava para ganhar o pão, neste serviço onde tudo é possível. Eis senão que, a páginas tantas, a Srª Y, cuja profissão não é necessário escrever (vós sabeis sempre qual a estirpe em causa) sugere que se interne uma utente no 3ºpiso, e que os registos sejam feitos por nós, ginecolanders, através do telefone. E passo a citar a frase da Srª Y "Então não podem as vossas colegas avaliar a utente e telefonam cá para baixo e vocês registam?"

eu não sei...eu não sou capaz de acompanhar estas mente que brilham.

The land of the crikes.

sexta-feira, 18 de abril de 2008

Só para desanuviar...


Ser mulher é viver mil vezes em apenas uma vida,

é lutar por causas perdidas e sempre sair vencedora,

é estar antes do ontem e depois do amanhã,

é desconhecer a palavra recompensa apesar dos seus actos.



Ser mulher é caminhar na dúvida cheia de certezas,

é correr atrás das nuvens num dia de sol e alcançar o sol num dia de chuva.



Ser mulher é chorar de alegria e muitas vezes sorrir com tristeza,

é cancelar sonhos em prol de terceiros,

é acreditar quando ninguém mais acredita,

é esperar quando ninguém mais espera.



Ser mulher é identificar um sorriso triste e uma lágrima falsa,

é ser enganada e sempre dar mais uma hipótese,

é cair no fundo do poço e emergir sem ajuda.



Ser mulher é estar em mil lugares de uma só vez,

é fazer mil papéis ao mesmo tempo,

é ser forte e fingir que é frágil para ter um carinho.



Ser mulher é perder-se em palavras e depois perceber que se encontrou nelas,

é distribuir emoções que nem sempre são captadas.



Ser mulher é comprar, emprestar, alugar, vender sentimentos, mas jamais dever,

é construir castelos na areia, vê-los desmoronados pelas águas e ainda assim amá-las.



Ser mulher é saber dar o perdão,

é tentar recuperar o irrecuperável,

é entender o que ninguém mais conseguiu desvendar.



Ser mulher é estender a mão a quem ainda não pediu,

é doar o que ainda não foi solicitado.



Ser mulher é não ter vergonha de chorar por amor,

é saber a hora certa do fim,

é esperar sempre por um recomeço.



Ser mulher é ter a arrogância de viver apesar dos dissabores, das desilusões, das traições e das decepções.



Ser mulher é ser mãe dos seus filhos e dos filhos dos outros e amá-los igualmente.



Ser mulher é ter confiança no amanhã e aceitação pelo ontem,

é desbravar caminhos difíceis em instantes inoportunos e fincar a bandeira da conquista.



Ser mulher é entender as fases da lua por ter suas própria fases.

É ser "nova" quando o coração está a espera do amor, ser "crescente" quando o coração está se enchendo de amor, ser "cheia" quando ele já está transbordando de tanto amor e "minguante" quando esse amor vai embora.



Ser mulher é hospedar dentro de si o sentimento de perdão,

é voltar no tempo todos os dias e viver por poucos instantes coisas que nunca ficaram esquecidas.



Ser mulher é cicatrizar feridas de outros e inúmeras vezes deixar as suas próprias feridas sangrando.



Ser mulher é ser princesa aos 20, rainha aos 30, imperatriz aos 40 e especial a vida toda.



Ser mulher é conseguir encontrar uma flor no deserto, água na seca e labaredas no mar.



Ser mulher é chorar calada as dores do mundo e em apenas um segundo já estar sorrindo.



Ser mulher é subir degraus e se os tiver que descer não precisar de ajuda,

é tropeçar, cair e voltar a andar.



Ser mulher é saber ser super-homem quando o sol nasce e virar cinderela quando a noite chega.



Ser mulher é acima de tudo um estado de espírito, é ter dentro de si um tesouro escondido e ainda assim dividi-lo com o mundo.



:)

domingo, 23 de março de 2008

Épocas festivas e o excesso de preguiça

Meus caros, nesta época de renascimento em que Jesus ressuscitou, cumpre-me fazer esta pequena reflexão, em tom de desabafo. Viveu-se aqui no serviço mais uma Pàscoa. Não fossem as pessoas desejarem-me boa páscoa nos corredores aqui e ali, e eu nem me lembraria de a viver, tal a quantidade ínfima de amêndoas que aqui nos foram ofertadas. A crise afecta todos. Todos os que realmente trabalham. Não me lembro de alguma vez ler na constituição que épocas festivas se traduzem no seguinte: dirigir-se ao local de trabalho para por o dedinho (há que parecer bem aos superiores e quem pode manda) e depois passar o dia a lembrar os enfermeiros que é Pascoa e não há alterações nos fármacos, não há visita, não há análises, não há nada. Só utentes com as suas doenças, mas...que chato ficar doente em dias de festa. Nós enfermeiros, que temos no centro da nossa profissão os utentes, não nos esquecemos nunca que as suas necessidades e dependências não têm dias. Mas isto é uma questão de, vá lá, humanização, coisa que só alguns grupos profissionais sabem e sentem. E bem assim, torna-se quase ridículo ter de suplicar, "oh vá lá, só uma alta. Não é por mim, é por ela"...parece o anúncio fantástico do ponto verde. Ai se pudessemos reciclar o ócio nos dias de obrigação...
E mais, concluindo este meu desabafo, pensar que no fim vamos todos para casa...uns a pensar no dia e se terá falhado alguma coisa...outros a pensar quando poderão dar uma escapadela e deixar o n. de telemóvel...
bem hajam. The land of the crikes.

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

Jeito prá coisa...


Simplesmente NÃO É FÁCIL....

Pressão e mais pressão...

Ahh e tal....tem jeitinho, é simpática, é pequenina mas é espertinha...

A caxopa....a rapariga...a empregada.....

Há lá paciência?????????

E o burro sou eu......que andei 4 anos a ouvir teorias para agora...ISTO!!!!!

Ai a vida de adulto profissional....ou como quem diz...com jeitinho prá coisa!

Pedido de demissão:

Venho por meio desta, apresentar oficialmente meu
pedido de demissão da categoria dos adultos.
Resolvi que quero voltar a ter as responsabilidades
e as idéias de uma criança de oito anos no máximo.

Quero acreditar que o mundo é justo
e que todas as pessoas são honestas e boas.
Quero acreditar que tudo é possível.
Quero que as complexidades da vida passem
desapercebidas por mim e quero ficar encantada
com as pequenas maravilhas deste mundo.

Quero de volta uma vida simples e sem complicações.
Cansei dos dias cheios de médicos cansados, doentes arrogantes,
notícias deprimentes, contas a pagar, fofocas, doenças
e necessidade de atribuir
um valor monetário a tudo o que existe.

Não quero mais ter que inventar jeitos
para fazer o dinheiro chegar até o dia
do próximo pagamento.
Não quero mais ser obrigada a dizer adeus
a pessoas queridas e, com elas,
a uma parte da minha vida.

Quero ter a certeza de que Deus está no céu,
e de que por isso, tudo está direitinho nesse mundo.
Quero viajar ao redor do mundo no barquinho de papel
que vou navegar numa poça deixada pela chuva.
Quero atirar pedrinhas na água e ter tempo
para olhar as ondas que elas formam.
Quero achar que as moedas de chocolate
são melhores do que as de verdade,
porque podemos comê-las
e ficar com a cara toda lambuzada.

Quero ficar feliz quando amadurecer o primeiro figo,
o primeira morango ou quando a nespereira
ficar carregadinha de frutos.
Quero poder passar as tardes de verão
à sombra de uma árvore,
construindo castelos no ar
e dividindo-os com os meus amigos.
Quero voltar a achar que chicletes e chupa-chupas
são as melhores coisas da vida.

Quero que as maiores competições
em que eu tenha de entrar
sejam um jogo de futebol
ou uma estafeta.
Quero voltar ao tempo em que tudo o que eu sabia
era o nome das cores, a tabuada
e as cantigas de roda
e que isso não me incomodava nadinha,
porque eu não tinha a menor idéia
de quantas coisas eu ainda não sabia.

Quero voltar ao tempo em que se é feliz,
simplesmente porque se vive
na bendita ignorância da existência de coisas
que podem nos preocupar ou aborrecer.
Quero acreditar no poder dos sorrisos,
dos abraços, dos agrados,
das palavras gentis, da verdade,
da justiça, da paz, dos sonhos,
da imaginação, dos castelos no ar e na areia.

Quero estar convencida de que tudo isso...
vale muito mais do que o dinheiro!


Porque quando se cresce neste mundo de abutres é já tarde para tanto mais....

terça-feira, 5 de fevereiro de 2008

Há noites assim


Há noites assim...em que tudo está calmo, dormindo serenamente...em que terminamos um livro que andamos a ler faz meses...tudo está calmo. Há noites assim. Até que tudo se inverte como uma granada, disparando em todos os polos que poderiam correr mal. Há noites assim... que existem para nos ensinar alguma coisa, muita coisa, sempre da pior maneira. Há noites assim meus caros. Elementar o crescimento. Básico o mau-estar que fica no limbo do crescer.
The land of the crikes.

segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

o país das maravilhas

alices no país das maravilhas
Isto não é de todo o país das maravilhas. Bem diria ser uma perfeita antítese. quê? pode tal desgraça ser denominada apenas de piso 3??não pode. não pode. piso 3 soa a estabelecimento prisional mas isto, de noite, não se pode, consegue ser pior. Pensava eu que uma hora eram 60m...pois aqui, nesta noite escura, iluminada de quando em vez pelo vermelho-tremido das campainhas, uma hora tem nela dias inteiros e mesmo assim, não passa. A casa não é nossa e assim sendo, tudo parece estranho e muito mais lento. Fosse eu uma preguiça, e desceria apenas uma vez por semana a este mundo cá em baixo. E então, de dia...de dia? bem, de dia fazemos dieta para conseguir caber num espaço de -2m para poder executar algum procedimento. é um autentico trialtlo...passar a barreira, ajudar a deitar e conseguir, depois do penso, chegar aos caixotes do lixo. Neste compasso de espera, amontoam-se os médicos, os processos, as cadeiras e os pensamentos de todos (menos dos processos, que se pensassem, avisavam as mulheres). Vale-nos o choro de uma nova vida, que por certo aguarda a mamada. Como diz Saramago, quando crescer experimentará outros choros e outras fomes. Por falar em fome, já se comia outra vez. Aqui come-se ainda mais. Eu não sei, mas parece que comer um pão aumenta o tempo em 2,48m, por minuto. Sempre ajuda. E o povinho aqui vai precisando destas ajudinhas. E bem assim, fez-me bem este escrito-desabafo, pois que já passou mais um tempo. Já só faltam 6 horas para adquirir o sorriso trocista de quem sai da noite. O sabor de dever cumprido é fenomenal. E que seja rápido o regresso ao nosso país (velho) de maravilhas. The land of the crikes.

domingo, 20 de janeiro de 2008


Ginecolandia entregue à bixarada...que é como quem diz....in bebelandia zone.....

Quem diria que coisinhas tão pikenas causariam tanto distúrbio sonoro???????????

Ó faxabore....são 100 tampões auriculares para cá.....
E a saga vai continuar....