sábado, 25 de agosto de 2012

Porque ás vezes pensamos nisto...

"Vão obrigar-me a viver Momo. É o que fazem sempre no hospital, têm leis para isso. Não quero viver mais do que o necessário e já não é necessário. Há um limite, até para os judeus. Vão submeter-me a sevícias para me impedir de morrer.(...) Sei que estou a perder a cabeça e não quero viver em coma para honrar a medicina". Romain Gary, do livro: Uma vida á sua frente.

sábado, 11 de fevereiro de 2012

sinónimos estranhos

Ultimamente tenho trabalhado ao fim de semana, manhãs, e têm de facto sido turnos bastante animados. Ainda me consigo surpreender com a sabedoria popular das clientes, rica e única em sinónimos e neologismos que nada têm que ver com o novo acordo ortográfico. De entre as sábias definições que vou escutando e aprendendo ao longo desta vida, a palavra com mais sinónimos é "vagina". A saber; "boca do corpo", "serventia da casa", a "perseguida", a "crica", a "joana", a "margarida", a "prima", a "pachacha" e a "berjoana" (deve ser a joana com algum borboto derivado da idade). Este leque cultural enriquece-me e simultaneamente dá um certo orgulho, pois duvido que existam tantos sinónimos noutras línguas (e muito mais existem, mas de cariz pouco apropriado para serem aqui escritos). 
Em segundo lugar neste top de lugares comuns, vêm a definição de fezes. E já ouvi de tudo. A saber: "cocó", "ventos com farrapos", "trovoada com bolinhas", "caganitas de coelho" e "caganitas como os cães". Há qualquer coisa de idílico em recordar sempre que somos acima de tudo animais, e animais que diferem dos outros animais porque conseguem descrever as suas fezes comparando-as com outros, coisa por exemplo impossível para a minha gata, que já agora, tem fezes parecidas com as caganitas....de uma gata.
The land of the crikes

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

o decorrer normal dos tempos


Na 2af feira fiz noite. Acho que foi nesse período de reflexão noturna que me lembrei de muitas coisas, algumas das quais vou fazer o obséquio de aqui colocar. No fundo, passei algum tempo a comparar o antes e o agora, enquanto revia o telefilme: "a loja em casa", que é uma espécie de filme que nos lembra que ainda faltam mais de 3h para sairmos do turno e que já não há mais pão para torrar. Foi então, enquanto assistia ao referido telefilme, que me fui lembrando de outras épocas, não muito distantes, mas em si mesmas,  diferentes. Por exemplo, lembrei-me que a lista era de 4 utentes por dia, que entravam na véspera, que faziam x-prep, e que não era necessário puncionar para colheitas. Lembrei-me também que a visita era passada nos quartos, com calma, naquela; os banhos eram parcialmente na cama, com recurso a umas pinças feiosas e umas bolinhas de algodão, muito íntimas...E existia um período sagrado, a partir das 14h30 e até ás 16h, em que a micose ficava ao rubro. Xiça, as coisas mudaram mesmo. Agora são 4 cirurgias por hora, colheitas, entradas, levantes, pensos, vai buscar, vai levar, faz plano, cumpre plano, come á pressa...até a última gota de suor cair no relógio de pulso e anunciar que são horas de passar...e eu sinto-me como se fosse uma camisola espremida até ao último minuto. 
The land of the crikes

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Um dia do caraças

Serve o presente texto para me consolar a tola pois que hoje estou com a chamada "taulada", doença benigna de que padece, e cujos achaques são pouco frequentes, felizmente. Os fatores de risco (cumulativos) para esta doença são: uma noite de sono pouco tranquilo e pequena, um serviço cheio, mas mesmo cheio, um almoço salgado, uma bainha das calças que se desfaz no início da labuta, e uma passagem de turno aos bochechos, sempre com telefone a tocar e uma comunicação pouco eficiente. Ele há dias do catano mesmo! Vim para casa possuída por algum demónio que o professor bambo não resolveu. Valeram uns ferreros que se comeram, aos 4 de uma vez que é mais prático, mastiga-se logo tudo e a subida da insulina dá logo um prazer imediato. Hoje senti-me diferente. Criticamente diferente. E não gostei.
Caraças...