quarta-feira, 3 de agosto de 2011

quando o material não ajuda


Estamos a passar por tempos difíceis. Concluo mesmo isto. Estamos a passar dificuldades de cariz técnico-material. Resumindo, estamos no cúmulo da merdice material. Então não é que entro na minha sala muito convicta de que a temperatura das minhas ladies é a coisa mais importante do mundo, faço um gesto acrobático para colocar o termómetro nas senhoras operadas, porque a camisa traça atrás, e é preciso levantar o braço e depois afinal a axila é mais acima; mas lá consigo colocar o dito cujo, depois de me ter confirmado que ele está ligado. Faço isto a todas com um orgulho que ainda não foi ferido. Pouco depois começo a ouvir os apitos e lá vou eu! toda contente, afinal isto foi mesmo rápido, isto é que é adiantar trabalho, sempre a rolar, vamos nessa. Tiro o primeiro termómetro: pum...mal se vêm os digitos. Consigo decifrar um 3, pelo que deve ser trinta e picos, mas isso não me ajuda nada. Digo: bom, temos de colocar outro, este não está muito bom. Passo para a próxima: o apito já se ouviu alto e bom som, pego no termómetro e afinal os números ainda estão a piscar. fico na dúvida se afinal já está ou não. Seguindo, retiro o terceiro termómetro, nada, nicles, está apagado. Lá tenho de dizer novamente: bom, temos de colocar outro, este não está muito bom. As utentes já me começam a olhar de lado..."mau, esta aqui não sabe é por termómetros; atão que é impossível tar tudo avariado" e eu começo a pensar no que as mulheres devem estar a pensar e o meu orgulho vai para as unhas dos pés, que são das poucas que ainda não sabem o que é um verniz. E sigo, cabisbaixa, para tirar o quarto termómetro e...zás! a senhora não sabe dele; levanta os braços e ele cai no chão. se acaso funcionava, depois de cair é certo que ficou mudo. Pego nele e claro, não tem nada. Volto para trás, desinfecto mais uns quantos e passo á 2ª ronda. Se me ficar só por aqui, é uma sorte.
no final desta saga, lá vou desinfectar os termómetros que é caso para dizer que estão uma merda e que os de mercúrio é que era. Afinal, demoro o mesmo tempo mais tenho de por muito mais vezes.

Depois de finalmente conseguir monitorizar as temperaturas todas, novo episódio terceiro mundista: ver TA. Pego no autocarro azul, coxo agora, parece que passou por cima de uma mina, faz um barulho de um carro de mão com 50 anos. Chego junto da senhora e tal, e vamos ver a TA e ela olha para aquele aparelho de aspecto XPTO e pensa: "cenas, isto aqui é muito á frente". começa a insuflar a braçadeira e...PIIIIIIIIIIIIIIIIIII, até eu desligar o dito cujo. Lá se foi a bateria. Tem autonomia de 10 segundos. Grande máquina hã? Procuro desesperadamente um tomada, e por azar, é do outro lado da cama. Penso: vou buscar o pequeno, é mais perto. E lá vou, com o mini cooper, que também está coxo, mas afinal descubro que tem é duas rodas travadas e destravo. fica fino. volto a colocar a braçadeira; e insufla, insufla, insufla, e no fim aparecem-me uns - - - - e eu perco a cabeça! e penso para mim: "ráis parta esta merda toda deste material que não presta", respiro fundo, e vou buscar outro, que há-de estar na última sala que eu procurar. Entretanto, hei-de bater na alavanca de alguma cama e ficar a coxear também. E é a gota de água.

The land of the crikes.
Já não escrevo textos com a regularidade que o serviço e os leitores merecem. A modos que o facebook também veio encolher este método mais antigo de leitura, permitindo-nos postar na hora, receber comentários na hora ou colocar um simples "gosto" com um pequeno clique do rato. A evolução tem destas coisas e o ser humano tem estes desejos, de ser tudo na hora, de querer aceder a tudo na hora, de não ter paciência para ler textos longos, de ficar com os cabelos em pé se a ligação á net demora um pouco mais...assim nos vamos tornando. eu incluída. A modos que me vou descuidando com este blog e prevejo a crónica de uma morte anunciada.
the land of the crikes.