
Do que eu não gosto mesmo é de dias como o de hoje, um dia de trabalho do mais caótico. Não gosto. Se me permitem queixar:
1. Não gosto da falta de método na visita (vemos esta srª, pausa, pausa, outra srª, pausa, ainda a outra senhora, pausa...)
2. Não gosto da receber senhoras quando não tenho a unidade para lhes disponibilizar (Ora esta é a sua cama, mas a doente não está incluída, depois vai ter aqui este armário e tem esta mesa de cabeceira, por sinal cheia de tralha, mas é só por uns momentos...).
3. Não gosto que as coisas aconteçam todas ao mesmo tempo, não sei, fico baralhada (ora hoje, acode-se a uma lipotímia, enquanto de frente alguém vomita para a taça e no mesmo instante a utente ao lado se diz também nauseada.
4. Não gosto de me apresentar e logo de seguida acrescentar: "temos de tirar sangue, neste momento". Acho que corta o ambiente. Mas isto sou eu.
5. Não gosto de ver tudo em reboliço e ter de me virar em 2, acudindo a bacios e arrastadeiras e recipientes semelhantes.
6. Não gosto de ter esta sensação de ausencia de continuidade e de me parecer tão pouco o que fiz, nos poucos minutos que me cabem na passagem de turno.
7. Não gosto de arrastar mesas e cadeiras e camas e suportes sempre que acomodo uma senhora em pós-operatório. Acima de tudo, não gosto de o fazer 4 ou 5 vezes por dia, como que por desporto. Urge-me sempre bater com alguma parte do corpo em alguma parte do que é arrastado. E dói.
8. Não gosto do barulho e de ver toda a gente a correr, a querer, a pedir, a perguntar. Faz-me taquicardia. E não é bom.
9. Não gosto de almoçar em 7m. è a minha média (sem o café). È quase desumano o espaço onde me permitem almoçar (não usando o refeitório). Não gosto e está tudo a cair e não há espaço para por nada e toda a gente se levanta quando alguém quer a maça que se esqueceu no frigorífico.
10. Não gosto de ter estas coisas a passear na minha cabeça, quando já sai do serviço. Não gosto.
The land of the crikes
1. Não gosto da falta de método na visita (vemos esta srª, pausa, pausa, outra srª, pausa, ainda a outra senhora, pausa...)
2. Não gosto da receber senhoras quando não tenho a unidade para lhes disponibilizar (Ora esta é a sua cama, mas a doente não está incluída, depois vai ter aqui este armário e tem esta mesa de cabeceira, por sinal cheia de tralha, mas é só por uns momentos...).
3. Não gosto que as coisas aconteçam todas ao mesmo tempo, não sei, fico baralhada (ora hoje, acode-se a uma lipotímia, enquanto de frente alguém vomita para a taça e no mesmo instante a utente ao lado se diz também nauseada.
4. Não gosto de me apresentar e logo de seguida acrescentar: "temos de tirar sangue, neste momento". Acho que corta o ambiente. Mas isto sou eu.
5. Não gosto de ver tudo em reboliço e ter de me virar em 2, acudindo a bacios e arrastadeiras e recipientes semelhantes.
6. Não gosto de ter esta sensação de ausencia de continuidade e de me parecer tão pouco o que fiz, nos poucos minutos que me cabem na passagem de turno.
7. Não gosto de arrastar mesas e cadeiras e camas e suportes sempre que acomodo uma senhora em pós-operatório. Acima de tudo, não gosto de o fazer 4 ou 5 vezes por dia, como que por desporto. Urge-me sempre bater com alguma parte do corpo em alguma parte do que é arrastado. E dói.
8. Não gosto do barulho e de ver toda a gente a correr, a querer, a pedir, a perguntar. Faz-me taquicardia. E não é bom.
9. Não gosto de almoçar em 7m. è a minha média (sem o café). È quase desumano o espaço onde me permitem almoçar (não usando o refeitório). Não gosto e está tudo a cair e não há espaço para por nada e toda a gente se levanta quando alguém quer a maça que se esqueceu no frigorífico.
10. Não gosto de ter estas coisas a passear na minha cabeça, quando já sai do serviço. Não gosto.
The land of the crikes