segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Flatos


A flatulência é um assunto muito sério. Acho que já me tinha esquecido de quão sério era, até ter feito tarde. Quando se tem meia dúzia de clientes e dessa meia dúzia, duas conseguirem ocupar 7h do nosso tempo, quase em full-time, começamos a pensar que é um assunto sério. E misterioso. E curioso também, porque os flatos querem proximidade, de outro modo não consigo explicar porque tal situação me ocorreu com duas clientes lado a lado na cama. Eu sei que não fui eu que transmiti, não foi uma infecção cruzada, porque agora ando sempre a esfregar as mãos no promanum, como manda a lei, a modos que um dia destes as minhas mãos serão mais brancas que a farda. Ainda assim, gosto do cheiro daquilo (do promanum, atenção). Bem sei que alguns detestam, mas isto é como o ar condicionado, do qual sou realmente fã, porque nessa tarde ajudou-me a refrescar a cabeça de peixe balão com que já estava. A flatulência é uma coisa muito séria também quando os resguardos tem supercola 3, a modos que é difícil os rabos sairem da cama para uma passeata. E foi sempre a dar-lhe. Sondas rectais, estimulação rectal, analgesia, pancreatina, massagem e nada, nicles. Foi todo o santo turno na labuta e nada resultou. Aceitam-se sugestões.

2 comentários:

SpeedyGonzales disse...

Antes de sugerir, há que saber a causa.

Na minha opinião, esse assunto da flatulência cruzada pode ser explicada pelo Protocolo de Quioto e pela crise que os contribuintes têm sido chamados a pagar.
Como utente, cada um revê-se hoje em dia no papel de contribuinte e questiona-se
irremediavelmente: "Quanto é que isto me vai custar? Não sou isento de impostos... Então lá tenho eu que arrotar!...Mas se arrotar, também pago?".

Entendam que hoje em dia, só não está informado quem não quer. E,quando se trata de Saúde, há que saber da legislação em vigor,não vá alguém enganar-se e o contribuinte/utente ter que fazer o obséquio de "esticar o pernil".

Assim marcada a intervenção, lá se decidem por uma pesquisa na net e porque A+A leva a B, concluem (e bem!) que há uma taxa a pagar pela emissão de gases, incluindo o gás metano (i.e, flatos). Com a contenção da despesa pública que tanto se ouve falar e com o PEC, pensa-se logo: "essa taxa de emissão de gases também deve ter inflacionado..."
Logo, o pensamento pós-operatório após a revisão da meia-idade é: "Não arroto e não me peid..., há que aguentar. Sempre poupo algum para a reforma! E ainda vem esta gente dizer-me para eu não me conter e soltar os gases??! Estão de conluio com o Governo, querem ver se eu me descuido para me lixarem..."

E perante factos, caros colegas, não há argumentos: O mundo está a padecer de metano a mais! Há que preservar o Planeta e diminuir o Aquecimento Global!

Agora sugestões?
Para quem não é ambientalista: Não falem de "Gases" às utentes mas usem a palavra "Flatos" (termos técnicos ninguém percebe e assim elas podem aliviar-se sem pensar na Economia do País)
Para os ambientalistas ou menos exigentes: Mantenham-se unidos e não alterem procedimentos

Para os mais exigentes?
É óbvio: Perguntem ao Sócrates!

the land of the crikes disse...

speedy...acho que devias mesmo enveredar pela política. A ver se arranjas lá um cargo para ires subindo, porque ao ler o que escreves, sinto mesmo que podias governar o país... achas que é tudo uma cabala contra os contribuintes :-) e bem se nota!