quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

o decorrer normal dos tempos


Na 2af feira fiz noite. Acho que foi nesse período de reflexão noturna que me lembrei de muitas coisas, algumas das quais vou fazer o obséquio de aqui colocar. No fundo, passei algum tempo a comparar o antes e o agora, enquanto revia o telefilme: "a loja em casa", que é uma espécie de filme que nos lembra que ainda faltam mais de 3h para sairmos do turno e que já não há mais pão para torrar. Foi então, enquanto assistia ao referido telefilme, que me fui lembrando de outras épocas, não muito distantes, mas em si mesmas,  diferentes. Por exemplo, lembrei-me que a lista era de 4 utentes por dia, que entravam na véspera, que faziam x-prep, e que não era necessário puncionar para colheitas. Lembrei-me também que a visita era passada nos quartos, com calma, naquela; os banhos eram parcialmente na cama, com recurso a umas pinças feiosas e umas bolinhas de algodão, muito íntimas...E existia um período sagrado, a partir das 14h30 e até ás 16h, em que a micose ficava ao rubro. Xiça, as coisas mudaram mesmo. Agora são 4 cirurgias por hora, colheitas, entradas, levantes, pensos, vai buscar, vai levar, faz plano, cumpre plano, come á pressa...até a última gota de suor cair no relógio de pulso e anunciar que são horas de passar...e eu sinto-me como se fosse uma camisola espremida até ao último minuto. 
The land of the crikes

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