quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

boletim informativo

Caros leitores (ainda que poucos), informo que este blog passará a ser privado e restrito apenas a determinadas pessoas. Aproveito também para informar que de momento desativei a minha conta no facebook e sei que vão ter saudades minhas na página da ginecolandia mas tomei esta decisão de vontade própria e não coagida por certos e últimos acontecimentos. De todo o modo, as minhas crónicas continuarão a ser publicadas aqui no blog, para já a única ferramenta que disponho e que quero dispor.
the land of the crikes

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

mamas M precisam-se...


Gostaria de saber o motivo pelo qual apenas existem soutiens do tamanho M lá na cena do nosso serrviço. Não tenho ideia acerca de quem terá adquirido todos os soutiens, que devo salientar, são bons e muito úteis na recuperação da cirurgia mamária; agora, não posso permitir que considerem que todas as mulheres têm mamas de tamanho M. Para já, sempre que eu compro um soutien, nunca me perguntam se quero S ou M, tenho sempre que dizer um número (só não percebo quando me perguntam qual é a copa, que eu só conheço a da maternidade e essa é muito pequena, a modos que digo que é uma copa normal, seja o que isso for, que tb já não me lembro de comprar soutiens); pois bem, se no mercado da lingerie não falamos em tamanhos S, M e L, porque razão lá no serviço tem de ser assim? e já agora, alguém poderia fazer as correspondências de tamanhos, e ficar lá tipo um quadro como >30 e < 36 =S e por aí fora; assim não me iria enganar a aplicar um soutien, como hoje aconteceu: deito uma senhora e na melhor das minhas intenções e respeito por as mamas que me calharam hoje, vou buscar um soutien á gaveta, vasculhando e procurando o que está melhor e tendo em atenção se é mesmo um M (sim, não vá trazer o M trocado, que lá só existem M´s) e voilá! encontro um super soutien tamanho M e penso: este deve servir! Prossigo. Chego junto da senhora, ora vamos lá e tal colocar aqui um soutien (creio que não percebeu nada do que lhe ía fazer pois o propofol ainda passeava nos olhos dela), e vira daqui, e vira dali, e passa os soros (sim, tinha 2, um de tramal e outro de IG) e passa a camisa e veste, e enfia o braço errado da camisa, e despe outra vez e passa os soros e volta a enfiar e pronto: lá está a senhora, em decúbito dorsal com as pontas do soutien prontas para serem apertadas. Chiça... que cena marada... tanta força a puxar, e os colchetes a escorregar, e eu a puxar as mamas para cima e para o meio e para cima e para o meio, e lá apertei, já a escorrer suor pelas suissas. Olho para a senhora e reparo numa coisa que me assusta: desapareceu-lhe o pescoço. No lugar do pescoço existia um rego do tamanho do mundo, e os mamilos curiosos a espreitar quase de fora do soutien. Não me dei por vencida e ainda fui tentar descer um pouco as mamocas, mas antes que o fizesse reparei que ainda havia uma parte da mama a espreitar pelo elástico inferior (e ele é bem largo...). Fiz o melhor que pude. A senhora colaborou muito, e o propofol ajudou á festa, mas ás vezes, por muito boa vontade que haja de todas as partes, não se fazem milagres. E eu não sei quem é que acha que todas as mulheres têm mamas de tamanho M, porque em 10 anos de serviço, constato que ou se tem mamas pequeninas, ou então toda a gente tem mamas grandes. Ainda bem que não fornecemos cuecas.
The land of the crikes

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

quando o material não ajuda


Estamos a passar por tempos difíceis. Concluo mesmo isto. Estamos a passar dificuldades de cariz técnico-material. Resumindo, estamos no cúmulo da merdice material. Então não é que entro na minha sala muito convicta de que a temperatura das minhas ladies é a coisa mais importante do mundo, faço um gesto acrobático para colocar o termómetro nas senhoras operadas, porque a camisa traça atrás, e é preciso levantar o braço e depois afinal a axila é mais acima; mas lá consigo colocar o dito cujo, depois de me ter confirmado que ele está ligado. Faço isto a todas com um orgulho que ainda não foi ferido. Pouco depois começo a ouvir os apitos e lá vou eu! toda contente, afinal isto foi mesmo rápido, isto é que é adiantar trabalho, sempre a rolar, vamos nessa. Tiro o primeiro termómetro: pum...mal se vêm os digitos. Consigo decifrar um 3, pelo que deve ser trinta e picos, mas isso não me ajuda nada. Digo: bom, temos de colocar outro, este não está muito bom. Passo para a próxima: o apito já se ouviu alto e bom som, pego no termómetro e afinal os números ainda estão a piscar. fico na dúvida se afinal já está ou não. Seguindo, retiro o terceiro termómetro, nada, nicles, está apagado. Lá tenho de dizer novamente: bom, temos de colocar outro, este não está muito bom. As utentes já me começam a olhar de lado..."mau, esta aqui não sabe é por termómetros; atão que é impossível tar tudo avariado" e eu começo a pensar no que as mulheres devem estar a pensar e o meu orgulho vai para as unhas dos pés, que são das poucas que ainda não sabem o que é um verniz. E sigo, cabisbaixa, para tirar o quarto termómetro e...zás! a senhora não sabe dele; levanta os braços e ele cai no chão. se acaso funcionava, depois de cair é certo que ficou mudo. Pego nele e claro, não tem nada. Volto para trás, desinfecto mais uns quantos e passo á 2ª ronda. Se me ficar só por aqui, é uma sorte.
no final desta saga, lá vou desinfectar os termómetros que é caso para dizer que estão uma merda e que os de mercúrio é que era. Afinal, demoro o mesmo tempo mais tenho de por muito mais vezes.

Depois de finalmente conseguir monitorizar as temperaturas todas, novo episódio terceiro mundista: ver TA. Pego no autocarro azul, coxo agora, parece que passou por cima de uma mina, faz um barulho de um carro de mão com 50 anos. Chego junto da senhora e tal, e vamos ver a TA e ela olha para aquele aparelho de aspecto XPTO e pensa: "cenas, isto aqui é muito á frente". começa a insuflar a braçadeira e...PIIIIIIIIIIIIIIIIIII, até eu desligar o dito cujo. Lá se foi a bateria. Tem autonomia de 10 segundos. Grande máquina hã? Procuro desesperadamente um tomada, e por azar, é do outro lado da cama. Penso: vou buscar o pequeno, é mais perto. E lá vou, com o mini cooper, que também está coxo, mas afinal descubro que tem é duas rodas travadas e destravo. fica fino. volto a colocar a braçadeira; e insufla, insufla, insufla, e no fim aparecem-me uns - - - - e eu perco a cabeça! e penso para mim: "ráis parta esta merda toda deste material que não presta", respiro fundo, e vou buscar outro, que há-de estar na última sala que eu procurar. Entretanto, hei-de bater na alavanca de alguma cama e ficar a coxear também. E é a gota de água.

The land of the crikes.
Já não escrevo textos com a regularidade que o serviço e os leitores merecem. A modos que o facebook também veio encolher este método mais antigo de leitura, permitindo-nos postar na hora, receber comentários na hora ou colocar um simples "gosto" com um pequeno clique do rato. A evolução tem destas coisas e o ser humano tem estes desejos, de ser tudo na hora, de querer aceder a tudo na hora, de não ter paciência para ler textos longos, de ficar com os cabelos em pé se a ligação á net demora um pouco mais...assim nos vamos tornando. eu incluída. A modos que me vou descuidando com este blog e prevejo a crónica de uma morte anunciada.
the land of the crikes.

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Quando o stress era uma virtude... i.e, uma adaptação!

A postagem que se segue contém cenas e ideias capazes de confundir ou de deixar perplexo, indiferente qualquer leitor... Até eu estou baralhada... Ai, as noites...
Esta sou eu... Num momento de introspecção psicanalítica, há muito recomendado. Achei que hoje era o momento ideal para analisar-me. Sim, a esta hora.Sim, porque são 2h00 da manhã e estou com insónias, para variar ;-) Dizem que a noite é inspiradora, veremos...
Bem, voltando ao assunto que me trouxe aqui: estava eu na cama a olhar para o balão e dei por mim a pensar na minha taquicardia.
Alguns de vós ao olhar mais atentamente para a minha foto, poderão dizer que até parece que estou em transe... Informo desde já que os comprimidos na mesinha de cabeceira não são meus (aliás não existem), que nunca durmo sem um bom pijama e que o balão é uma forma de dizer!
Retomando o fio à meada... Após algumas divagações e posteriores pesquisas na net (sim porque a insónia dá ideias destas), eis que chego ao seguinte gráfico da minha introspecção behavioriana/comportamental:
Deixo qui o link porque aquilo tem tantos sintomas associados que preferi poupar as almas mais hipocondriacas.
Resumindo, e fazendo um "fio de back" para comigo mesma, parti de um simples pensamento sobre a minha frequência cardíaca equina, para os meus neurónios fazerem associação com ansiedade. Uau, I´m so smart ;-)). A net depois fez o resto ;-)): da ansiedade para o stress, do stress para o serviço e... não posso... como se isto não bastasse agora também está em causa meu desempenho???
Auto-analisando-me no gráfico, vou ser modesta: acho que estou após o picotado em risco de queda para a direita (no gráfico claro e não fisicamente ou CipeSapemente falando), estou na fase de pré-desintegração (LOL)?!
Que palavra... Adorei esta palavra: "desintegração"... Bem melhor que desadaptada!!! Ainda bem que tive insónias. Desadaptada rima com antiquada, e não estou assim tão velha... Com isto, até parece que minha FC baixou um pouco. Realmente, já devia ter feito este trabalho psicomarado há mais tempo...
Ah, afinal estou para ser "desintegrada"! E eu que sempre adorei química, parece que esta palavra vem mesmo a calhar! Desintegração, moléculas, raios laser,... Gostei.
Também parece uma cena de ficção científica do tipo "Regresso ao futuro" onde depois as personagens regressam ao passado.... Pois, regressam ao passado no fim, ou estarei a baralhar-me? Hum, isto, dá-me muito que pensar... Mas acho que fica para amanhã...
E com isto, fiquei com mais um dilema: para quando a minha desintegração? Será que está nas previsões do Borda d´Água? Ai Tempo... e a minha FC.

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

constatações...


Por dificuldades técnicas venho informar os colegas que estou a sofrer de falta de inspiração para escrever aqui no blog. Parece que se me faltam situações...creio que de momento sou apenas um termo cipe, sem juízo, sem localização anatómica e com risco de queimadura neuronal em grau elevado. As manhãs fizeram-me apaixonar pelo meu sofá. Estou cega de amor, de tal modo que quando saio tenho logo de me esticar na sua superfície para meditar na oportunidade de sono. Depois cozinha-se e enfarda-se. Logo a seguir apaixono-me novamente pelo sofá. Leio cerca de 1/2 página e sinto um peso nas pálpebras que torna a minha atenção ineficaz e a minha vigília comprometida. A modos que pouco depois já estou a dormir. É a vida. A minha.

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Querido Pai Natal


Este ano está quase a acabar como sabes, e também sabes que no dia 24 fazes noite e nem penses em trocar porque não há mais ninguém para fazer essa noite, pelo menos da maneira como tu fazes. Nós por cá passámos mais um ano e é chegado o momento de te escrever a carta para ver se não te esqueces aqui do people da ginecolândia. Pensei associar-me á worten no slogan publicitário que salvou uma senhora de se afogar na piscina, mas depois pensei: este é dos slogans mais fuleiros que alguma vez vi, e a modos que desisti. Fiquemos pela simples carta. E deves pensar seriamente em criar um facebook que tem sempre vantagem. No dia do teu aniversário por exemplo, terás 500mil pessoas a desejar-te os parabéns, no mínimo, mesmo que não saibas muito bem quem são. Pensa nisso. E já agora, se precisares de renas, vem até cá baixo que tenho privado com algumas na tv, aqueles que estão sempre a falar do orçamento de estado e de cenas assim, maradas. eu também precisava aqui de um orçamento para remodelar a minha cozinha, mas aquilo parece tão complicado...é acordos que dão desacordos, é o FMI, é a dívida externa...vê lá tu! eu também tenho dívida externa, aliás, que eu saiba não devo nada a mim própria, internamente...agora dívida externa...ufa! só aquelas cartas que dizem CGD e vêm de lisboa todos os meses são mesmo lixadas de se ler. Dá-se o couro e o cabelo e os gajos reduzem 1 euro na dívida? Não há direito.

Talvez não te recordes da carta do ano anterior, para ser sincera, eu própria também já não me lembro muito bem, mas adiante. Muitas coisas aconteceram este ano: mudanças na capitania, crise no governo, extra-crise nos bolsos, aumento do consumo de ansiolíticos (eu contribuo para isso), acreditações em que ninguém acredita, sapos e cipe´s a bombar, e também tive uma micose no dedo do pé, o mais pequenino, aquele que tenho sempre dificuldade em cortar a unha porque o corta-unhas é tão grande que mais parece uma moto-serra. Como vez, muitas coisas. E tenho de te agradecer por ter sido, acima de tudo, um ano com saúde. Foi sem dúvida melhor que os dois anteriores e estou muito grata. Mesmo.


Meu amigo Pai Natal, a quinta lá vai indo, com as mesmas ovelhas e os mesmos cavalos. Volta e meia estragam-se as janelas, ou os estores, mas nada que já não estejamos habituados. Agora, podias mesmo era dar um jeitinho nas campainhas...é que na sala 3, quando se respira, aquilo toca. é de doidos; e depois uma pessoa vai a correr já com o coração nas mãos, e está tudo descansadinho a ler revistas. Isto faz mal ao coração, podes acreditar, e não há becel que valha. Então de noite, parece que estamos a ser electrocutados quando aquilo toca. E ao que parece, já foi arranjado, mas olha, está igual. Felizmente não faço muitas noites, que aquilo faz-me emagrecer. E já que falo nisso, obrigado por teres melhorado os nossos horários. Parece que agora conseguimos mesmo ter 2 dias fora dali, ás vezes até mais. Estamos muito agradecidos.
Não querendo parecer egoísta, podias telefonar para a "ideia casa" e pedir-lhe que criassem uns cadeirões ortopédicos que eles estão sempre a dizer que aquilo faz milagres, que ficamos como novos. Era assim um miminho que podias fazer aqui ao povo. De resto, não me ocorre mais nada que tenha mesmo de pedir-te, embora fique com a sensação que para o ano me vou lembrar de algumas coisas. Eles dizem que vai ser uma crise a sério. E eu penso se até aqui foi só a brincar e secalhar até foi. Mas eu juro que me pareceu ouvir o sr. Manuel Pinho aqui há uns tempos dizer que a crise tinha acabado, agora não percebi se ele estava a falar do povo ou do casamento dele. Não sei.
Bom, e termino por aqui. Espero que te lembres sempre da gincolandia e aproveito para desejar um Feliz Natal para todos nós.
ps: não te esqueças de por o dedo dia 24.
The land of the crikes